quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Livro do mês: NÊMESIS, de Philip Roth

Nos últimos dois meses me envolvi numa tarefa inédita: li em sequência oito livros de um mesmo autor. Confessso nunca ter cometido tal artimanha, ainda mais com um autor que lia pela primeira vez. Há muito tempo eu manifestava um desejo de ler algum livro de Philip Roth, um dos mais renomados escritores americanos de sua época e que todo ano vem sendo o mais indicado para o Nobel de Literatura (prêmio que até o momento ele não recebeu), mas seus romances nunca encontravam um espaço em minha agenda literária. Porém, estando eu na livraria da FLIP, me vi diante de um dos seus livros e não deu outra: trouxe para casa o romance Homem Comum. Para variar só peguei no livro um mês e meio depois, somente após ter lido os outros doze que comprei em Parati. Simplesmente devorei o livro. Houve uma identificação imediata com a narrativa de Philip Roth, pois assim como tento em meus romances (eu, um mero aprendiz de escritor), ele humaniza seus personagens nos tornando íntimos deles a cada página num processo de aproximação por semelhança dos dramas. Numa literatura poética e trágica, Philip Roth tratou de falar em seus últimos livros (Homem Comum, Fantasma sai de Cena, A Humilhação e Nêmesis) sobre a questão da finitude humana, dos desentendimentos familiares, da sensibilidade da vida, dos erros e acertos durante o confronto com a realidade. Aliás, em Homem Comum tem uma frase que me marcou muito: “Não há como fugir da realidade”.


Em outubro foi lançado no Brasil seu mais recente romance (o de número 31): Nêmesis. E é esse novo e angustiante livro de Philip Roth que eu gostaria de sugerir este mês: O livro fala a respeito de uma epidemia terrível que ameaça as crianças de Newark com a paralisia e a invalidez: um surto de poliomielite. A figura central de Nêmesis é Buck Cantor, um jovem de 23 anos, atleta dedicado, que é responsável pelo pátio de recreio de uma escola. À medida que a poliomielite começa a devastar o grupo de crianças que frequenta o pátio não resta opção a Buck senão absorver a realidade chocante que o cerca, com toda sua carga de terror, raiva, pânico, sofrimento e dor.

Os oito livros que li de Philip Roth: Homem Comum, A Humilhação, Fantasma sai de Cena, Nêmesis, Indignação, O Escritor Fantasma, Zuckerman Acorrentado e Lição de Anatomia. E continuo à caça por outros títulos dele.

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