domingo, 22 de julho de 2012

Uma pequena degustação do meu novo livro: Amor em tempos de solidão.



Observou com carinho e em silêncio o homem a sua frente, um bom marido, um caráter exemplar que soube amá-la apesar de toda a pobreza de onde foi tirada, sua ignorância inicial, seu ódio velado que muitas vezes não soube esconder totalmente. Ele seria a pessoa mais indicada para ouvi-la nesse momento. Com sua capacidade de analisar os fatos, Adriano Louback com certeza lhe daria conselhos adequados. Mas isso só se fosse um amigo, alguém não atingido diretamente pelas suas verdades. Adriano Louback ia além de um simples amigo. É certo que quando se casou com ele não o amava. Munida de um único objetivo que era conseguir meios reais de vingança e ascensão para um novo mundo de poder e riqueza, Ester se juntou a Adriano Louback. Porém, o tempo foi generoso com ambos, transformando a relação num jogo de respeito que não tardou muito a se transmutar em amor. Por que então não contava a verdade? Ester analisava que toda mentira tem um prazo de validade para ser revelada a tempo de que todos os envolvidos possam perdoar o ato. Expirado o prazo, a mentira descoberta provoca apenas mágoa, resignação e nenhuma chance de perdão. É por isso que ela teme contar tudo, não somente sobre o filho escondido, mas o romance com Belizário Veiga, seus planos de vingança quando se casou e o mais grave de todos, o assassinato de Sebastiana Conraz.

domingo, 15 de julho de 2012

caminhos...


Busco caminhos...
Busco caminhos sem nem ao menos
Saber para onde pretendo ir.
Desejaria que eles me levassem
Para qualquer outro lugar que não este onde me aniquilo.

Tenho medo de ficar apenas num só lugar.
Penso que se estagnar numa só estação de sentimentos
É privar-se de alcançar novas maneira de se viver.
É não se permitir surpreender-se com o desconhecido.

Mas tantas vezes quis prender-me num lugar apenas.
Quantas vezes a paisagem vista da janela
Foi a única cidade para onde viajei.
Quantas vezes morri de medo ao pensar no dia seguinte.

Penso em partir e o tempo gasto em arrumar a mala
É a desculpa que preciso para desistir.
Penso em ficar.
E de novo penso em partir.
Levar apenas uma mochila
É o que me motiva mais uma vez a partir.
Só que me estremeço
Com a possibilidade de, na mochila,
Não caber tudo o que é preciso.

Nessas horas penso que alguns versos de Fernando Pessoa seriam o suficiente.
E nesse instante me vêm à mente Valter Hugo Mãe, Clarisse Lispector,
Mário Quintana, Bartolomeu Campos de Queiroz, Caio Fernando Abreu
E tantos outros que habitam o meu isolamento.
Nessas horas penso que minha biblioteca inteira teria de me seguir.

O que me aprisiona?
Sob meus pés, o assoalho de madeira range
em forma de gemidos desafinados e agudos,
lembrando-me vozes a gritarem diretamente do inferno.

Em meu apartamento,
Sou apenas eu e a distância que me separa do mundo.
Ficando ou partindo...

- mike sullivan - 

terça-feira, 3 de julho de 2012

paixão...


O coração sempre há de nos guiar
por caminhos onde ele próprio 
ficará perdido depois.
Em meio à paixão, nos perdemos completamente.

- mike sullivan -