sábado, 19 de novembro de 2011

ALGUMAS DICAS PARA QUEM PRETENDE SER UM ESCRITOR

1 – A HORA DE ESCREVER É AGORA
Nunca diga: “Estou esperando o momento certo para começar a escrever”. Se você tem vontade de ser um escritor é melhor abandonar essa maneira de pensar, pois talvez o “momento certo” pode nunca chegar. A vida é cheia de percalços e deve-se acostumar a escrever em meio aos problemas cotidianos.


2 – NÃO TENHA A PRETENSÃO DE SE TORNAR MILIONÁRIO COM SEUS LIVROS.
Bem sabemos que vender livros no nosso país é uma tarefa árdua e muitas vezes injusta. O verdadeiro escritor é aquele que escreve não pensando em ganhar dinheiro, mas sim porque tem a necessidade de escrever. Todo artista busca um reconhecimento do seu trabalho, mas não pense nisso agora. Concentre-se apenas em fazer o melhor que pode enquanto escreve.


3 – A HISTÓRIA É SÓ SUA
Nunca deixe ninguém ler suas histórias antes de terminá-las. Sei que às vezes, enquanto escrevemos, ficamos ansiosos para mostrar a alguém. Mas isso pode ser prejudicial, pois cada um tem uma opinião diferente e isso pode influenciá-lo ou até mesmo desanimá-lo.


4 – SEJA ORIGINAL: SURPREENDA O LEITOR
Lembre-se: não existe história ruim; o que existe é uma história mal contada. Faça com que aquele que for ler seu trabalho tenha vontade de virar a próxima página; monte sua história de forma a surpreender.


5 – LEIA MUITO. MUITO MESMO!!!
Acredito que uma ferramenta fundamental para o escritor é a leitura. Leia todo os tipos de livros desde os clássicos aos contemporâneos. Estar diante de diversas formas de literatura e narrativas pode servir de incentivo e inspiração.

6 – ESCREVA SEMPRE!
A escrita é algo que tende a se aperfeiçoar; mas esse feito só acontece se você ler muito (como citei acima) e ao mesmo tempo exercitar sua própria escrita. Tente ser menos crítico enquanto escreve. Lembre-se: durante o processo de fazer os personagens saírem de sua cabeça para ganharem vida nas folhas em branco eles só existem para você e, portanto tem de ser o primeiro a acreditar neles. Para escrever uma história você tem que, antes de tudo, acreditar que ela é uma boa história e merece ser contada.


6 – NUNCA OBRIGUE AS PESSOAS A LEREM SEUS TEXTOS
Não seja chato nem intransigente. Deixe apenas as pessoas saberem que você escreveu algo, mas não insista. É muito melhor quando alguém lê um trabalho nosso por vontade própria. Dessa forma, você será sempre correspondido com uma crítica sincera.


7 – SEJA DISCIPLINADO
Muitas vezes você vai se perceber inventando desculpas para começar de fato a escrever. Isso é normal, eu te garanto. E aí vai uma dica importante: se programe de maneira a reservar um determinado tempo para sentar em frente ao computador. E cumpra rigorosamente. Não importa se vai escrever três, duas ou uma lauda. O importante é sentir que está produzindo e seu livro finalmente está ganhando vida.


8 – APRENDA A SER SOLITÁRIO
Tenha em mente que se quiser ser um escritor vai ter de aprender a ficar sozinho de vez em quando para realizar o que deseja. Como é praticamente impossível viver somente dos livros que escreve, você terá de ter um outro trabalho para se sustentar. Portanto, vai ter de sacrificar alguns finais de semana para por a leitura em dia e escrever

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Livro do mês: NÊMESIS, de Philip Roth

Nos últimos dois meses me envolvi numa tarefa inédita: li em sequência oito livros de um mesmo autor. Confessso nunca ter cometido tal artimanha, ainda mais com um autor que lia pela primeira vez. Há muito tempo eu manifestava um desejo de ler algum livro de Philip Roth, um dos mais renomados escritores americanos de sua época e que todo ano vem sendo o mais indicado para o Nobel de Literatura (prêmio que até o momento ele não recebeu), mas seus romances nunca encontravam um espaço em minha agenda literária. Porém, estando eu na livraria da FLIP, me vi diante de um dos seus livros e não deu outra: trouxe para casa o romance Homem Comum. Para variar só peguei no livro um mês e meio depois, somente após ter lido os outros doze que comprei em Parati. Simplesmente devorei o livro. Houve uma identificação imediata com a narrativa de Philip Roth, pois assim como tento em meus romances (eu, um mero aprendiz de escritor), ele humaniza seus personagens nos tornando íntimos deles a cada página num processo de aproximação por semelhança dos dramas. Numa literatura poética e trágica, Philip Roth tratou de falar em seus últimos livros (Homem Comum, Fantasma sai de Cena, A Humilhação e Nêmesis) sobre a questão da finitude humana, dos desentendimentos familiares, da sensibilidade da vida, dos erros e acertos durante o confronto com a realidade. Aliás, em Homem Comum tem uma frase que me marcou muito: “Não há como fugir da realidade”.


Em outubro foi lançado no Brasil seu mais recente romance (o de número 31): Nêmesis. E é esse novo e angustiante livro de Philip Roth que eu gostaria de sugerir este mês: O livro fala a respeito de uma epidemia terrível que ameaça as crianças de Newark com a paralisia e a invalidez: um surto de poliomielite. A figura central de Nêmesis é Buck Cantor, um jovem de 23 anos, atleta dedicado, que é responsável pelo pátio de recreio de uma escola. À medida que a poliomielite começa a devastar o grupo de crianças que frequenta o pátio não resta opção a Buck senão absorver a realidade chocante que o cerca, com toda sua carga de terror, raiva, pânico, sofrimento e dor.

Os oito livros que li de Philip Roth: Homem Comum, A Humilhação, Fantasma sai de Cena, Nêmesis, Indignação, O Escritor Fantasma, Zuckerman Acorrentado e Lição de Anatomia. E continuo à caça por outros títulos dele.