quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma meditação sobre a maldade.


Em final de janeiro entrou em cartaz o filme Precisamos falar sobre o Kevin, baseado no livro homônimo de Lionel Schriver. Assisti ao filme na semana passada e saí do cinema correndo para uma livraria de modo a adquirir o best-seller e dou a dica para que façam o mesmo. Vejam o filme antes e depois leiam o livro! O filme é excelente, mas confesso que ao terminar de ler o livro hoje fiquei perturbado muito além do que fiquei quando abandonei a sala de cinema num silêncio ressentido e cheios de pensamentos a dar voltas em minha cabeça. O filme choca, mas as palavras do livro é de fazer pensar, e muito. Um soco no estômago a cada página, mas a gente não quer abandonar de jeito nenhum e no final, ao ler a última página,  surge um triste pesar pelo fim de algo bom, muito bom!


Recomendo a leitura do livro por dois bons motivos que fazem dessa história incomum e surpreendente:
1) Lionel Schriver utiliza fatos do cotidiano, estampados nas primirias páginas dos jornais americanos: Kevin Katchadourian, um jovem de 16 anos, é o autor de uma chacina em que liquidou sete colegas, uma pofessora e um funcionário da cantina da escola onde frequentava. Lionel Schriver, foge do esterótipo e brilha com originalidade, ao narrar a tragédia do ponto de vista da mãe do garoto, Eva Katchadourian, por meio de cartas que ela escreve ao marido, que também foi assassinado pelo jovem.

2) O livro poderia ter caído numa vala comum de dramalhões onde a única pergunta que permearia em todas as páginas era: por que Kevin fez isso? Mas indo por um outro caminho, Lionel Scchriver desnuda cada personagem, nos revelando suas relações mais íntimas, a sinceridade de Eva ao revelar que de fato no início não desejou ter aquele filho, suas dificuldades para assumir essa nova "função" de mãe, sua irritabilidade com o choro constante de Kevim e as assombrosas características do garoto que desde pequeno já apresentava comportamentos sociopatas, estabelecendo como primeira inimiga sua própria mãe. E a pergunta que fica ao final é: será possivel odiarmos nossos filhos? Há de se ter um pouco de coragem para embarcar nesse livro, mas o incômodo que ele nos causa talvez seja o seu maior mérito!

Veja abaixo o trailer do filme.

2 comentários:

  1. Quero muito ver!Adoro seus comentários instigantes!Bjs

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  2. Obrigado Melissa! E se eu fosse você eu não perdia esse filme por nada. E depois, claro, veja o filme. Beijos!

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