terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A dança do Tempo

Celebramos um acordo com o tempo
desde o instante em que nascemos.
Nesse acordo, a consciência apenas assina,
sem ler, todas as cláusulas que regem
esse contrato com o “senhor tempo”.
Simplesmente sofre as consequências.

O tempo parece nunca estar a nosso favor:
passa rápido em circunstâncias boas;
arrastado quando nos encontramos em desespero; devagar,
massacrante em meio ao tédio existencial.

Mas o que seria afinal o tempo?
Não sei ao certo.
Sei que o tempo determina nosso limite de vida.
E sei também que numa luta contra o tempo o homem perderá sempre.

No entanto, o amor é o único sentimento
capaz de se aliar às forças proveitosas do tempo.
É ele que se solidifica à experiência e ao conhecimento
dando chances ao homem de adquirir a sabedoria,
aquilo que o eterniza mesmo após o apagar do “eu”.
O pacto da consciência com o tempo traz em si o
destino de nos tornar mais sábios, eternos, livres.

De todos os atos humanos, a mentira é o que se mostra mais frágil
diante da imponência do tempo.
Mas não me refiro às mentiras banais do cotidiano,
mas sim as mentiras que nos afastam para bem longe de nós mesmos.
Essa não é capaz de resistir.
Toda mentira tem de ser revelada em algum momento,
ainda que cause danos irreparáveis.
Para alívio dos seus autores, o tempo nos impulsiona para a verdade,
para a autenticidade do ser,
para a liberdade do espírito e, finalmente,
para a transcendência da alma,
onde nos livramos da mediocridade que nos aprisiona e nos torna pequenos.

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