sempre temi a solidão.
para abrandar o medo
permiti que se formasse entre nós
uma sólida amizade.
e como bons amigos,
as vezes precisamos nos distanciar
cansamos um do outro
tanto eu como ela fazemos jus
a um renovo de vez em quando.
assim como nas amizades mais leais,
depois de muito tempo sem nos vermos
voltamos a nos falar
de onde concluo que somos
inseparáveis.
por ser leal a mim
me diz coisas que não quero ouvir
mas com lágrima vejo em sua face
puras verdades.
é ao lado dela que minha
produtividade literária
me surpreende com uma vontade
intensa de escrever sobre tudo
sobre meus mais íntimos sentimentos.
depois ela vai embora de novo
a oportunidade de fazer novas
amizades,
mas como todo bom escritor,
sinto sempre a necessidade de voltar
correndo para os seus braços.
o ajuntamento de gente ao redor
as vezes me congela os pensamentos,
retira de mim o isolamento
para por no papel as mais eloquentes
fantasias.
sempre nos vemos refletidos nos
olhos de um bom amigo.
com a solidão não é diferente.
no mais íntimo encontro entre nós,
quando se deita ao meu lado na cama
e aproxima seu rosto do meu,
posso ver no clarão dos seus olhos
de fogo
a minha essência refletida, sem
máscaras,
momentos de infinitude, de dor,
de sofrimento, de fidelidade,
de pacto para a eternidade.
momento em que sou mais eu,
em que me vejo por completo,
em que me realizo nas páginas em
branco
que se colocam diante de mim.
só posso definir a solidão
como uma amiga fiel.
solidão, agora, amiga minha.
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