Observou
com carinho e em silêncio o homem a sua frente, um bom marido, um caráter
exemplar que soube amá-la apesar de toda a pobreza de onde foi tirada, sua
ignorância inicial, seu ódio velado que muitas vezes não soube esconder
totalmente. Ele seria a pessoa mais indicada para ouvi-la nesse momento. Com sua
capacidade de analisar os fatos, Adriano Louback com certeza lhe daria
conselhos adequados. Mas isso só se fosse um amigo, alguém não atingido
diretamente pelas suas verdades. Adriano Louback ia além de um simples amigo. É
certo que quando se casou com ele não o amava. Munida de um único objetivo que
era conseguir meios reais de vingança e ascensão para um novo mundo de poder e
riqueza, Ester se juntou a Adriano Louback. Porém, o tempo foi generoso com
ambos, transformando a relação num jogo de respeito que não tardou muito a se
transmutar em amor. Por que então não contava a verdade? Ester analisava que
toda mentira tem um prazo de validade para ser revelada a tempo de que todos os
envolvidos possam perdoar o ato. Expirado o prazo, a mentira descoberta provoca
apenas mágoa, resignação e nenhuma chance de perdão. É por isso que ela teme
contar tudo, não somente sobre o filho escondido, mas o romance com Belizário Veiga,
seus planos de vingança quando se casou e o mais grave de todos, o assassinato
de Sebastiana Conraz.
domingo, 22 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
caminhos...
Busco
caminhos...
Busco
caminhos sem nem ao menos
Saber
para onde pretendo ir.
Desejaria
que eles me levassem
Para
qualquer outro lugar que não este onde me aniquilo.
Tenho
medo de ficar apenas num só lugar.
Penso
que se estagnar numa só estação de sentimentos
É
privar-se de alcançar novas maneira de se viver.
É
não se permitir surpreender-se com o desconhecido.
Mas
tantas vezes quis prender-me num lugar apenas.
Quantas
vezes a paisagem vista da janela
Foi
a única cidade para onde viajei.
Quantas
vezes morri de medo ao pensar no dia seguinte.
Penso
em partir e o tempo gasto em arrumar a mala
É
a desculpa que preciso para desistir.
Penso
em ficar.
E
de novo penso em partir.
Levar
apenas uma mochila
É
o que me motiva mais uma vez a partir.
Só
que me estremeço
Com
a possibilidade de, na mochila,
Não
caber tudo o que é preciso.
Nessas
horas penso que alguns versos de Fernando Pessoa seriam o suficiente.
E
nesse instante me vêm à mente Valter Hugo Mãe, Clarisse Lispector,
Mário
Quintana, Bartolomeu Campos de Queiroz, Caio Fernando Abreu
E
tantos outros que habitam o meu isolamento.
Nessas
horas penso que minha biblioteca inteira teria de me seguir.
O
que me aprisiona?
Sob
meus pés, o assoalho de madeira range
em forma de gemidos
desafinados e agudos,
lembrando-me vozes a gritarem
diretamente do inferno.
Em meu apartamento,
Sou apenas eu e a distância
que me separa do mundo.
Ficando
ou partindo...
- mike sullivan -
domingo, 8 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
paixão...
O coração sempre há de nos guiar
por caminhos onde ele próprio
ficará perdido depois.
Em meio à paixão, nos perdemos completamente.
por caminhos onde ele próprio
ficará perdido depois.
Em meio à paixão, nos perdemos completamente.
- mike sullivan -
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